Um dia na ilha sagrada de Miyajima, considerada um dos cenários mais bonitos do Japão

Localizada na província de Hiroshima, a menos de uma hora de distância de seu centro, Miyajima (ou Itsukushima) é uma ilha sagrada situada no Mar Interior. Famosa pelo grande torii vermelho que serve de entrada para o santuário Itsukushima, a ilha é toda coberta por florestas virgens, habitat para inúmeras aves, primatas e cervos. Conhecida por ser um dos lugares mais fotografados do Japão, vale reservar um dia para aproveitar e sentir a energia dessa maravilhosa ilha. Por isso preparei um roteiro com dicas de como explorar Miyajima da melhor maneira.

Ao planejar uma viagem para Hiroshima, essencial deixar um dia a mais para conhecer esse lugar. Chegar até lá não é complicado. Da estação central de Hiroshima, deve-se pegar um trem JR ou um bonde até o terminal de Miyajima-Guchi. Dali, pega-se um ferryboat até a ilha, totalizando 40 minutos de deslocamento.

Para quem tiver o Japan Rail Pass para não ter custo adicional, vale à pena pegar o JR em todo esse trajeto (a concessionária JR também disponibiliza balsas até a ilha).

A chegada até Miyajima impressiona. À frente da ilha, um imenso torii vermelho cercado de muito verde dá as boas-vindas aos visitantes. Dependendo da hora do dia, a maré sobe e a água encobre os pés do torii, que parece flutuar em pleno mar.

Chegando na ilha, recomendo pegar um dos mapas disponíveis no terminal (em inglês, espanhol e japonês), que orienta o visitante sobre o que fazer e como chegar às suas principais atrações.

Muito cuidado com o seu mapa! Andando em liberdade pelo santuário, encontramos inúmeros cervos, considerados mensageiros dos deuses pela religião Xinto. Esses cervos – incrivelmente fofos e muito acostumados com os humanos – têm a péssima mania de pegar os mapas (ou qualquer outro papel) para mastigá-los e até mesmo engoli-los. Depois de uma pequena distração, foi exatamente isso que aconteceu conosco!

OBS: Reparamos tarde demais no aviso de atenção na parte inferior do mapa! 🙂

Passado o susto inicial, continuamos nosso caminho em direção ao santuário Itsukushima. Considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO, esse santuário, construído no ano de 593, fica localizado sobre pilotis em uma pequena enseada. Quando a maré está alta, fica refletido no mar, proporcionando um visual de tirar o fôlego.

A entrada de Itsukushima custa 300 ienes/pessoa.

Logo após a saída do santuário, nos deparamos com uma cerimônia religiosa aos pés de Daiganji. Bem interessante.

Dali, seguimos em direção ao Templo Daisho-in, onde além da natureza exuberante, encontramos um conjunto de estátuas de buda, dos mais diversos tipos e tamanhos. Longe das multidões – que geralmente se aglomeram nos arredores de Itsukushima -, passear por ali traz uma energia muito forte, e uma verdadeira sensação de paz.

Continuamos nossa caminhada, agora em direção ao teleférico para o Monte Misen, o ponto mais elevado da região, com 530m de altura.

O ingresso do teleférico custa 1.800 ienes/pessoa (ida e volta).

Nas encostas do Monte Misen fica localizado o Parque Momijidani. Com uma paisagem linda, dependendo da hora do dia (e da sua sorte), consegue-se cruzar com babuínos, também considerados sagrados. Infelizmente, dessa vez não conseguimos ver sequer um deles.

Em compensação, o visual lá de cima para o Mar Interior é esplêndido! Vale gastar algumas horinhas por ali para contemplar tamanha beleza!

Já no final do dia, demos uma última volta pelo centrinho de Miyajima, onde entramos em várias lojinhas de souvenires e compramos deliciosas castanhas quentinhas, feitas ali na hora.

Na saída, ao passarmos novamente pelo grande torii, mais uma surpresa: a maré havia baixado, e agora era possível andar à pé até ele.

Quase escurecendo, pegamos o ferryboat de volta à Hiroshima, e para completar esse dia especial, uma linda lua cheia nos acompanhou em todo o trajeto. Inesquecível!

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