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Uma tarde pelo Parque Ueno, o mais popular parque urbano do Japão

Fundado em 1873, o Parque Ueno é um dos primeiros parques públicos do Japão. Localizado no bairro de mesmo nome, nele estão concentrados grandes museus, além de lindos templos e o Zoológico de Ueno, o mais antigo do país. Uma viagem à Tokyo deve necessariamente envolver uma visita de algumas horas a este parque. E, para quem ainda tiver tempo, vale dar uma volta em Ameyoko, um tradicional e curioso mercado de rua, que fica ao lado do parque.

Situado na parte norte da cidade, chegar até o Parque Ueno é muito simples. Deve-se pegar o metrô (Ginza Line – G ou Hibiya Line – H) e saltar na estação Ueno (G16 ou H17), que fica em frente a uma das entradas principais do parque.

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O tempo de visita ao parque vai depender do que se pretende ver por lá. Ele oferece inúmeras atrações, e mesmo para quem não tiver interesse (ou tempo) para entrar nos museus e no zoológico – como foi o nosso caso – vale reservar pelo menos umas três horas para o passeio.

Nas minhas duas idas à Tokyo, sempre procurei visitar o parque em um final de semana, quando normalmente ocorrem feiras de gastronomia ou eventos em geral. Além disso, nos finais de semana o local costuma ficar mais cheio e animado, com apresentações de vários artistas de rua. Bem bacana. Fica a dica!

Vamos então às atrações do Parque Ueno.

Ao lado direito de quem entra estão localizados os grandes museus do parque. O Museu Nacional de Arte Ocidental concentra obras dos principais artistas ocidentais, como Monet, Rodin, Van Gogh, entre outros. Ao seu lado fica o Museu Nacional de Ciências, com atrações e experimentos científicos interativos. Logo em seguida, encontramos o Museu Nacional de Tokyo, que é o maior e mais antigo museu do Japão e reúne um grande acervo que dizem ser o melhor da arte japonesa do mundo.

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Em frente à entrada do museu, um grande chafariz distrai quem passa por ali.

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Mais à frente, fica o Museu Metropolitano de Arte de Tokyo, que além do lindo prédio, apresenta uma grande coleção de arte contemporânea japonesa. Logo depois encontramos a entrada para o Zoológico de Ueno (Ueno Zoo). Construído em 1882, sua grande atração são os pandas gigantes Ri Ri e Shin Shin, o que lhe garante visitas diárias de grandes grupos de crianças. Como não gosto de zoológicos, não fiz muita questão de conhecer este.

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Logo chegamos na parte que considero a mais bonita do parque: Santuário Toshogu-jinja. Um santuário xintoísta, de 1651, dedicado ao xogum Ieyashu Tokugawa e uma das últimas estruturas na cidade da era Edo. Com portas douradas em estilo chinês, possui grandes dragões enfeitando a entrada e um lindo jardim ao seu redor com um corredor de lanternas de pedra.

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Como nos demais templos japoneses, quem quiser, pode tentar a sorte no Omikuji, também conhecido como “papéis da fortuna” (veja aqui o que são e como funcionam). Amuletos e Ema também são vendidos próximo à entrada do templo. Para quem não conhece, Ema são as famosas plaquinhas de madeira encontradas nos templos budistas e xintoístas, e servem para que as pessoas escrevam desejos e agradecimentos e as pendurem nos suportes existentes na entrada dos templos. O desenho e o formato das Ema podem variar de acordo com o templo ou com o período do ano. Nesse templo, eram vendidas placas com desenhos de cavalos e gatos.

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Um lindo pagode de 5 andares, datado do século 17 e original do templo Kanei-ji (onde hoje fica o Parque Ueno), é um dos marcos do parque e chama a atenção de quem passa por ali. Hoje fica dentro da área do zoológico.

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Outro ponto que merece destaque é o Monumento da Paz em homenagem às vítimas das bombas atômicas que caíram sobre Hiroshima e Nagasaki. O monumento é todo feito em pedra, com uma pomba estilizada esculpida em relevo.

No interior da pomba, uma chama queima intermitentemente. Tal chama foi retirada dos escombros de uma casa incendiada após o bombardeio de Hiroshima (clique aqui para saber mais sobre o assunto), que foi trazida, em uma tocha, para este monumento. Mais detalhes desta história são contados em uma placa junto ao monumento (clique na foto para ampliar). A chama dentro da pomba será mantida acesa até o dia em que não houverem mais armas nucleares no planeta.

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No caminho para o Santuário Gojo, passamos pelo Grande Pagode Budista, construído no local onde antes havia uma estátua de Buda e agora só resta a cabeça.

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E finalmente chegamos ao lindo corredor de toriis vermelhos, entrada do Santuário Gojo.

O templo é dedicado à Inari, deusa da fertilidade e da agricultura, que tem a raposa como símbolo. Por esse motivo, o santuário é repleto de estátuas de raposas, algumas com filhotes.

Com um jardim milimetricamente cuidado, o lugar é bonito demais!

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Seguimos em frente, em direção ao Pavilhão e ao Templo Benten, que ficam localizados no meio do Lago Shinobazu, um imenso lago repleto de plantas (lótus), muito utilizado para atividades recreativas. Lótus é uma planta aquática cheia de significados. No budismo, devido ao seu ciclo de vida, simboliza a vida eterna e a renovação.

O templo é dedicado à Benten, deusa da riqueza, saúde, música e sabedoria. Também muito bonito. Na minha primeira visita, acendi um incenso no joukoro e segui todo o ritual de purificação.

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Por fim, antes de sairmos do parque, atravessamos o Pavilhão Kiyo-mizu, que assim como o pagode, é uma das estruturas que restaram do templo Kanei-ji original.

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Na nossa primeira visita ao Parque Ueno, logo que saímos fomos jantar em um restaurante próximo especializado em pratos com enguias, chamado Unagi Kappo Izuei.

Dessa última vez, fomos passear em Ameyoko (ou Ameyayokocho), um mercado ao ar livre localizado sob os trilhos do trem, junto à Yamanote Line, entre as estações de Ueno e Okachimachi. Um dos mercados mais antigos do Japão, na era Edo costumava vender doces (ame), depois da Segunda Guerra, passou a ser um mercado negro de bebidas, cigarros, chocolates e náilon (yoko significa beco e ame virou abreviação de americano).

Hoje, Ameyoko não é mais um mercado negro. Suas lojjinhas amontoadas vendem de tudo um pouco: roupas e alimentos de todos os tipos, como peixes frescos, secos e frutas. Uma loucura!

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No meio de tudo isso, descobrimos um izakaya (tipo de bar japonês que também serve alimentos para acompanhar as bebidas) super gostoso para almoçar, bem embaixo dos trilhos. Ao som de uma ótima trilha sonora, comemos yakitoris diversos, yakisoba e sushi de unagi. Delícia! Não consegui descobrir o nome desse lugar, uma pena!

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O Parque Ueno fica aberto diariamente e a entrada é gratuita.

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