Um dia por Yoyogi-koen, Meiji-Jingu e o bairro descolado de Harajuku

Meiji-Jingu é o santuário xintoísta mais importante de Tokyo. Localizado em uma ampla área verde, adjacente ao Parque Yoyogi, é o local preferido das japonesas para celebrações de casamentos tradicionais. Como fica próximo ao bairro de Harajuko, vale reservar o dia para conhecer com calma essa região e aproveitar o anoitecer para curtir as excentricidades dos jovens e das atrações da Takeshita-dori – a mais famosa rua do bairro.

O Santuário Meiji data de 1920 e é dedicado aos espíritos do Imperador Meiji (1852-1912) e da Imperatriz Shōken (1849-1914). Destruído em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, foi reconstruído nos anos seguintes a partir de doações privadas. Dada à sua importância e beleza, é uma das atrações da cidade mais procuradas pelos turistas.

Chegar até ele é relativamente fácil. Basta pegar o metrô, pela Chiyoda Line (C) ou Fukutoshin Line (F) e saltar na estação Meiji-Jingumae (C03 ou F15), ou pegar o JR Yamanote Line e saltar na estação Harajuku.

O caminho até a entrada do santuário é lindo. Uma grande avenida para pedestres em meio a muito verde proporciona uma sensação de imensa tranquilidade. A floresta é formada por mais de 120 mil árvores de diferentes espécies que foram doadas por pessoas de todas as partes do Japão durante a construção de Meiji-Jingo. Por um momento dá para esquecer que você está em uma das cidades mais agitadas do mundo!

Outra atração nesse caminho são os coloridos barris de saquê doados ao santuário. Vale parar para ver os detalhes de perto e tirar algumas fotos.

A entrada do santuário é marcada pela presença de um imenso torii de cedro, de 1500 anos. Passar por baixo do portal significa que você está entrando em um lugar sagrado e deixando o dia-a-dia para trás. A tradição recomenda que você faça uma reverência antes de passar pelo torii.

Logo em seguida chega-se à área principal do santuário: um imenso pátio com duas grandes construções de madeira e tetos curvos de cobre, seguindo o estilo xintoísta de arquitetura shimmei usado para santuários imperiais.

Banquinhas para venda de amuletos estão localizadas ao redor, assim como as tradicionais plaquinhas de madeira chamadas Ema. Encontradas nos templos budistas e xintoístas, servem para que as pessoas escrevam desejos e agradecimentos e as pendurem nos suportes existentes na entrada dos templos. O desenho e o formato dasEma podem variar de acordo com o templo ou com o período do ano.

É claro que eu não poderia deixar de escrever o meu desejo para o ano novo.

Através de um portão à direita do pátio chega-se ao Kagu-raden, pavilhão construído em 1993 para apresentações de música e danças sacras.

Nas duas vezes em que estive em Tokyo, planejei a visita ao Meiji-Jingu para um domingo. Assim, poderia ter a chance de presenciar um lindo casamento tradicional. Recomendo fazerem o mesmo. Dessa última vez, tivemos a sorte de acompanhar 3 casamentos. São bonitos demais!

Além dos casamentos, se você tiver mais sorte, poderá encontrar mulheres e crianças vestidas em trajes típicos participando de outros cerimoniais. Lindas! Não aguentei e pedi para tirar fotos com algumas dessas crianças!

O santuário ainda apresenta outras atrações com entrada paga que acabamos não conhecendo. Uma delas é o Jingu Nai-en (ou Jardim Nai-en), desenhado pelo próprio imperador em homenagem à sua esposa (500 ienes/pessoa). Outra é a Casa do Tesouro Meiji (Bunkakan), um museu dedicado à memória de todos os imperadores do Japão, em especial ao Imperador e à Imperatriz Meiji, onde são expostos objetos pessoais e suntuosos quimonos (500 ienes/pessoa).

Dicas importantes para a visita à Meiji-Jingu:

• A não ser que você goste de multidões, não é recomendado visitar o santuário Meiji no dia 3 de novembro, pois além de ser feriado nacional, é dia de comemorar o aniversário do Imperador Meiji.
• Procure planejar a sua visita para um domingo, quando acontecem as cerimônias de casamento xintoístas.
• Horários de abertura: durante o verão, das 4 da manhã às 17h; na primavera e no outono, das 5:40 da manhã às 17:20h; e no inverno, das 6 da manhã às 17h.

Quem tiver tempo, pode aproveitar para dar uma volta completa pelo Yoyogi-koen, e ver de perto o imponente Estádio Nacional Meiji Jingu Gaien com seu teto suspenso, construído por Kenzo Tange para os jogos olímpicos de 1964.

Nas duas vezes em que visitamos o parque e o santuário Meiji, aproveitamos o entardecer para andar por Harajuku e a imperdível Takeshita-dori. Localizada muito próxima à saída do santuário e à estação de JR Harajuku, essa rua é o point da moda e da cultura dos jovens japoneses.

Takeshita-dori é repleta de lanchonetes e lojas, em sua grande maioria de roupas e acessórios. E tem de tudo: especializadas em moda gótica, em moda Cosplay, em estilo Mori, das mais caras às mais baratas. No final do dia, especialmente nos finais de semana, é invadida por uma alegre, porém calma multidão. Vale reservar algumas horas para passear com tranquilidade por essa região e reparar em detalhes, tais como o que vestem e quais os hábitos desses jovens. Bem bacana!

No meio de tanta variedade, escolhi a minha lojinha favorita: Wonder Rocket. Para quem gosta do estilo Mori, com roupas cheias de “frufus” e babados (o conceito do estilo é “uma garota que parece que está vivendo na floresta”), esse é o lugar! Cada roupa mais linda que a outra!

Se bater uma fome, na própria Takeshita-dori tem um Mc Donald’s com burgers exclusivos. Como já havia experimentado o delicioso Mc Ebi (burger de camarão), dessa vez escolhi um especial de Halloween, com pão preto e molho teriyaki. Huumm, delicioso!

Mesmo com a culinária maravilhosa japonesa ao seu dispôr, recomendo fazer uma visita ao Mc Donald’s para provar as opções do cardápio exclusivo japonês!

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