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Hiroshima, cidade símbolo da Paz Mundial

Às 8:15hs de 06 de agosto de 1945, uma pequena cidade do Japão foi alvo de uma das maiores atrocidades da humanidade. O bombardeio de Hiroshima – primeiro momento na História em que armas nucleares foram usadas em uma guerra e contra alvos civis – resultou na morte de 166 mil pessoas, apenas nos quatro meses que se seguiram à explosão. Milhares de pessoas morreriam ao longo dos anos seguintes, tanto pelos ferimentos causados pela explosão quanto em razão de doenças adquiridas pela radiação, sobretudo câncer. 70 anos depois, a cidade é um símbolo da resistência contra a proliferação de armas nucleares. Conhecer Hiroshima é uma experiência que envolve muitos sentimentos, sendo impossível ficar indiferente à sua história e a de seus habitantes. Post escrito pelo convidado Alexandre Travassos.

Hiroshima se localiza mais ao sul do território japonês, afastada, portanto, da capital Tokyo. Saindo de Kyoto (segundo maior destino turístico do país), o tempo aproximado de viagem é de 3 horas, via Shinkansen (trem-bala). Aliás, vale ler o post que explica em detalhes o que é e como funciona o Japan Rail Pass.

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Uma visita à cidade importa basicamente em conhecer o Parque Memorial da Paz de Hiroshima, onde se concentram diversos monumentos relacionados ao bombardeio. O principal deles é o Memorial da Paz de Hiroshima, também chamado Cúpula Genbaku (“Cúpula da Bomba Atômica”, em japonês).

Hiroshima

A Cúpula Genbaku nada mais é do que o edifício onde funcionava a sede da prefeitura da cidade à época. O hipocentro da explosão atômica ocorreu a apenas 150 metros de distância do prédio, que surpreendentemente resistiu ao impacto.

Hiroshima

Por ter ficado praticamente intacta, a Cúpula Genbaku não foi demolida com o restante das ruínas após o fim da 2ª Guerra Mundial. Durante a reconstrução da cidade, a população se dividiu entre aqueles que queriam a sua destruição e os que defendiam que a estrutura deveria ser preservada como um memorial do bombardeio.

Em 1966, a cidade decidiu preservar o edifício. Trinta anos mais tarde, o monumento foi declarado como Patrimônio Mundial pela Unesco.

Próxima à Cúpuka Genbaku está localizado o Monumento das Crianças à Paz, em homenagem às crianças que foram vitimadas pela bomba, em especial Sadako Sasaki, menina que, aos 2 anos de idade, foi exposta à chuva radiotiva que se seguiu à explosão, tendo desenvolvido leucemia 10 anos depois, falecendo logo em seguida.

Enquanto estava no hospital, Sadako foi visitada por uma amiga, que lhe fez um origami de Tsuru (“Ave Sagrada” no Japão, o mais famoso dos origamis). A amiga então contou à Sadako sobre a lenda popular japonesa, na qual aquele que faz mil Tsurus de origami tem um desejo atendido pelos deuses. A partir desse dia, Sadako passou a fazer diversos Tsurus no hospital, pedindo para se curar e pela paz mundial. Sadako fez 646 Tsurus de papel até o dia de sua morte. Seus amigos então fizeram os 354 restantes, para que ela fosse enterrada com os mil Tsurus.

Três anos mais tarde, foi inaugurado o Monumento das Crianças à Paz, também conhecido como Torre dos Tsurus. No topo do pedestal está uma menina, representando Sadako, com os braços estendidos segurando um Tsuru. Dentro do pedestal são guardados milhares de Tsurus feitos de papel colorido por crianças de todas as partes do Japão e do mundo.

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Em nossa visita, acompanhamos uma cerimônia na qual estudantes levavam mais Tsurus para serem guardados junto ao memorial.

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No Parque Memorial da Paz também é possível conhecer o Museu Memorial da Paz de Hiroshima, onde a história da bomba atômica é contada desde o desenvolvimento do Projeto Manhattan (projeto conjunto entre EUA, Inglaterra e Canadá que produziu as primeiras bombas atômicas durante a 2ª Guerra Mundial) até a utilização da primeira bomba atômica em Hiroshima, com seus efeitos devastadores na população.

HiroshimaAndar pelas diversas salas do Museu Memorial da Paz não é uma tarefa fácil. Muitas imagens são chocantes, e as histórias descritas em textos nas paredes ou nos vídeos reproduzidos em monitores dispostos pelo museu não amenizam os horrores causados pelo episódio.

Tal aspecto, contudo, não deve ser encarado como um desestímulo à visitação, muito pelo contrário: apesar de toda a tristeza envolvida, o objetivo principal do museu é que todo esse sofrimento não tenha sido em vão, trazendo uma mensagem pacifista e de profundo otimismo em relação ao futuro da humanidade.

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É com base na crença de que um dia não existirão mais armas atômicas no planeta que a cidade preserva, também no Parque Memorial da Paz, a chamada Chama da Paz, outro monumento dedicado as vítimas do bombardeio, no qual uma chama, acesa em 1964, permanecerá queimando até que todas as bombas nucleares do planeta sejam destruídas.

Hiroshima

Alinhado com a Chama da Paz e o Memorial da Paz fica o Cenotáfio, construído em 6 de agosto de 1952 no centro do Parque, em homenagem às pessoas mortas na explosão nuclear. O monumento, em forma de um arco, representa um abrigo para a alma das vítimas, e possui a seguinte inscrição: Descansai em paz, pois o erro jamais se repetirá.

Hiroshima

Reservar um dia para conhecer Hiroshima é suficiente, mas como a viagem pode ser longa, já que ela é afastada das principais cidades turísticas do Japão, é recomendável passar uma noite por lá. Veja a dica do hotel onde ficamos hospedados: ANA Crowne Plaza Hiroshima.

Além disso, a apenas meia hora de balsa de Hiroshima está a linda ilha de Miyajima, um passeio imperdível para quem estiver na região, e que merece um post à parte.

A entrada no Parque Memorial da Paz é gratuita, assim como o acesso aos monumentos.

O ingresso do Museu custa 50 ienes (aproximadamente 50 centavos de dólar).

É possível fazer um passeio virtual pelo Museu clicando aqui: http://www.pcf.city.hiroshima.jp/virtual/index_e.html

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