Shin-Zushi – Um pedaço do Japão em São Paulo

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outubro 12, 2016

A cidade de São Paulo é conhecida por oferecer inúmeras opções de restaurantes especializados na culinária nipônica. Já passei por deliciosos momentos no Nakka e no Pub Kei. Nessa última viagem, seguindo a dica de uma amiga, decidi conhecer o tradicional Shin-Zushi. A experiência foi tão maravilhosa que por um momento me senti jantando em pleno Japão! Que sensação incrível!

Localizado no bairro Paraíso, quem passa em frente ao restaurante não imagina a qualidade da comida que é servida por ali. Apesar da fachada e da decoração relativamente simples, o Shin-Zushi é considerado pelos apreciadores da culinária japonesa um dos melhores restaurantes de São Paulo, se não o melhor.

O restaurante é comandado pelo chef Ken Mizumoto, filho do fundador, que morou mais de 10 anos no Japão para aprender os detalhes e segredos da culinária nipônica. O lugar não é muito grande, tampouco sofisticado. Possui um único salão, com mesas e cadeiras de madeira, alguns pequenos recintos para grupos, um longo balcão para 12 pessoas e uma iluminação fria e bastante clara. Tudo bem ao estilo japonês. Para quem gosta de comer muito bem, independentemente da decoração do ambiente, esse é o lugar ideal!

Considerando o tamanho e a fama do restaurante, para conseguir uma mesa para jantar no final de semana, é recomendado fazer uma reserva com certa antecedência. E muito importante: chegue exatamente na hora da sua reserva! Japoneses dão muita importância à pontualidade e, para eles, chegar atrasado a um compromisso demonstra deselegância e falta de respeito ao próximo.

Como chegamos alguns minutos após o horário reservado (sim, e levamos uma chamada por isso, muito merecida, aliás!), acabamos perdendo a nossa mesa, mas tivemos a sorte grande de conseguir sentar no balcão. Melhor impossível!

O cardápio apresenta uma infinidade de opções de sashimi, nigiri, combinados, temaki, otsumami (petiscos), agemomo (empanados), yakimono (grelhados), menrui, udon e soba (noodles japoneses) e mais alguns outros pratos típicos. Para experimentarmos o melhor daquele dia, seguimos a dica do nosso sushiman Nelson, e optamos pelo Omakase, que é a degustação criada pelo chef com os melhores peixes e frutos do mar do dia (R$ 280/pessoa). Apesar do preço salgado, é o melhor a ser feito. Recomendo fortemente!

A maravilhosa experiência gastronômica começou com dois trios de sashimi, seguido de ostras frescas e uma espécie de tartar de atum com gema de ovo de codorna e ovas de salmão por cima. Uau! Na sequência vieram cogumelos e pedaços de polvo temperados.

O melhor veio em seguida: tempura de milho crocante e levemente doce. Nunca havia comido algo parecido antes. Delicioso demais!! O prato seguinte foi o chawan mushium, um creme de ovos salgado com cogumelos, com consistência semelhante a um pudim. Muito diferente e gostoso.

E então, foi dado início à sequência de nigiris: atum, pargo, carapau, lula, vieira, ovas de salmão, ovas de ouriço e polvo. Cada um mais fresco que o outro! Não era preciso colocar shoyo, pois já vinham temperados da melhor maneira possível. Que maravilha! O nível dos niguiris equivale ao dos melhores restaurantes de sushi de Tokyo, tais como o Kyubey. Sem dúvida, a qualidade dos peixes servidos era muito semelhante.

Continuando, em seguida veio um temaki de shimeji – incrivelmente crocante – e uma missoshiro, a famosa sopa de missô preparada com soja, hondashi, tofu e cebolinha.

E para fechar com chave de ouro a experiência, como em todo bom restaurante japonês tradicional, ele não poderia ficar de fora: tamagoyaki (uma espécie de omelete de ovo adocicada, típica japonesa). Felicidade máxima!! De tão feliz que fiquei até ganhei um segundo pedaço!

Depois de degustar um menu de 20 peças, não consegui pedir uma sobremesa só para mim, mas o Alexandre não resistiu e pediu a gelatina de ágar-ágar com frutas, que desmanchava na boca. Deliciosa.

Para acompanhar o jantar, escolhemos um rótulo do variado cardápio de sakês japoneses: Hakushika Junmai Chokara (R$ 200). E, para finalizar, pedimos uma dose de um maravilhoso shochu, uma bebida destilada japonesa à base de cevada, batata doce ou arroz, muito parecida com a vodka. Escolhemos a de cevada (R$ 25/dose).

Terminamos o jantar maravilhados. E não era apenas o nosso grupo. Chegava a ser engraçado reparar na cara de felicidade e satisfação das pessoas ao nosso redor.

Apesar de caro (a conta chegou a quase R$ 400/pessoa), ficamos com a sensação de ter conhecido o melhor japonês fora do Japão e já estamos nos preparando para voltar o mais breve possível!